Escrito nos anos 60 pelo poeta fluminense Eduardo Alves da Costa, o poema No Caminho, com Maiakóvski era (quase) sempre creditado ao russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930). Em Mulheres Apaixonadas, Helena, vivida por Christiane Torloni, leu um trecho do poema, dando o crédito correto. Lembro que foi uma polêmica danada, resolvida alguns capítulos depois, em que a autoria de Costa foi reafirmada.
Desde a quarta-feira passada, as palavras de Eduardo Alves da Costa têm ecoado na minha cabeça e só fica uma pergunta: até quando não vamos dizer nada?
No caminho com Maiakóvski
Na primeira noite eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim;
e não dizemos nada.
Na segunda noite
já não se escondem,
pisam as flores,
matam o nosso cão;
e não dizemos nada.
Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E, porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Desde a quarta-feira passada, as palavras de Eduardo Alves da Costa têm ecoado na minha cabeça e só fica uma pergunta: até quando não vamos dizer nada?
No caminho com Maiakóvski
Na primeira noite eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim;
e não dizemos nada.
Na segunda noite
já não se escondem,
pisam as flores,
matam o nosso cão;
e não dizemos nada.
Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E, porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.