tag:blogger.com,1999:blog-65731308781878338832024-03-08T03:14:12.814-08:00CORONEL RAMIROUnknownnoreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-60830234588973521232012-03-11T10:14:00.000-07:002012-03-11T10:16:50.253-07:00Sobre SalvadorMuito se tem escrito, e discutido, sobre a situação em que se encontra Salvador.<br /><br />Se há exagero? Penso que não. De fato, a Salvador que um dia existiu precisa ser redesenhada. Não apenas estrutural, mas essencialmente. Salvador é hoje uma cidade sem alma. É isso, parece que lhe roubaram a alma!<br /><br />Sempre tive um desejo contido de ter vivido na Velha Bahia da literatura de Jorge Amado ou da música de Ary Barroso ou de Caymmi. Cresci ouvindo histórias sobre a beleza e a elegância da Rua Chile (eu mesmo alcancei a loja Slopper, acompanhado de meus pais, e cheguei a conhecer a Mulher de Roxo, com sua aura de mistério), a moda e os costumes da Barra, a profusão de escritores, artistas, gente da melhor qualidade que aqui morava, fora os que iam e vinham, e vinham. <br /><br />Não faz muito tempo, há pouco, na década de 90, testemunhei uma Soterópolis pungente, orgulhosa de si, através, por exemplo, do renascimento de um Pelourinho efervescente, repleto de gente interessante, que sempre tinha algo a dizer. Vi Ivete em sua primeira apresentação em cima do trio, desde então esfuziante, cantando "já lhe dei flores, flores, flores...". Mesmo já entre cordas, sitiado, o Carnaval ainda parecia ser mais de todo mundo, e mais da gente, da terra, essa é a verdade. Depois, na primeira metade dos anos 2000, quando morava no Rio de Janeiro, em todas as vezes que vinha pra cá reencontrava uma cidade em franco desenvolvimento, limpa, florida e feliz. Parecia até que o velho e conhecido, e hoje puído, bordão "Sorria, você está na Bahia!" fazia algum sentido.<br /><br />Acontece que o crescimento desgovernado, somado a um absoluto desgoverno municipal - e estadual, diga-se de passagem - resultou nisso aí que tanto nos tem deixado abatidos, passivos, inertes, absortos daquilo que os nossos olhos veem, mas se recusam a enxergar. E embora uma parte da cidade pense, como adolescentes deslumbrados com as delícias da irresponsabilidade juvenil, não vivemos num mundo ilusório, de fantasia, até porque as horas diárias perdidas em engarrafamentos, a falta de cuidado com os monumentos e espaços públicos, a sujeira das ruas e avenidas, os serviços de quinta categoria - públicos e privados - que nos são prestados, os "sacizeiros" que nos interpelam de dia e de noite, tudo isso é real.<br /><br />No passado, mais precisamente nos séculos XVI e XVII, dizem os historiadores, "Salvador era a maior cidade européia fora da Europa". Isso ficou lá atrás. Para mim, nunca foi problema Salvador não ser tão cosmopolita assim. Tinha lá seu charme ser uma cidade grande que trazia em si um quê de cidade pequena. Mas hoje temos problemas de cidade grande sem a menor infraestrutura para nos oferecer uma qualidade de vida minimamente decente, o que a torna somente um enorme e precário aglomerado de infindáveis 3.707.281 habitantes.<br /><br />Não se trata de pensar que o passado necessariamente seja melhor que o presente. Mas não dá pra não sentir saudades de quando nos era dado o direito de pelo menos desfrutar da cidade, sem esse estranhamento que tanto incomoda diante da constatação de que estamos entregues, junto com ela, ao Deus dará. Em todos os sentidos.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-89372406538541051262010-07-22T09:39:00.001-07:002010-07-22T09:45:58.446-07:00Coisas que ouvimos por aí... - Parte 5De um major da PM, questionado por mim sobre a ausência de policiais na confusão que aconteceu ontem após o jogo Vitória X Goiás, no Barradão: "Polícia é igual a menstruação - quando não vem, preocupa; quando chega, incomoda".<br />É, faz sentido...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-86490609437573067932010-06-22T20:27:00.000-07:002010-06-22T20:27:09.360-07:00O Buquê - Parte 1<object style="background-image: url(http://i1.ytimg.com/vi/lAkxYO1Gqfc/hqdefault.jpg);" width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/lAkxYO1Gqfc&hl=pt_BR&fs=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/lAkxYO1Gqfc&hl=pt_BR&fs=1" allowscriptaccess="never" allowfullscreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash" width="425" height="344"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-46568804726819173282010-06-22T20:26:00.000-07:002010-06-22T20:26:27.576-07:00O Buquê - Parte 2<object style="background-image: url(http://i1.ytimg.com/vi/lBNJcmkjCJE/hqdefault.jpg);" width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/lBNJcmkjCJE&hl=pt_BR&fs=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/lBNJcmkjCJE&hl=pt_BR&fs=1" allowscriptaccess="never" allowfullscreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash" width="425" height="344"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-67979865063965128052010-06-09T09:57:00.000-07:002010-06-09T09:58:32.249-07:00BoteroEla se veste toda de preto para parecer mais magra, mas não resiste a uma Coca-Cola normal.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-78125994485504267812010-06-07T06:14:00.000-07:002010-07-22T09:55:27.953-07:00Coisas que ouvimos por aí... - Parte Quatro"O amor é fogo que arde sem se doer, é ferida que dói, dá e desce..."<br /><br />Depois de finalmente processar o que acabara de ouvir, descobri que o lavador de carros tentava cantar "Monte Castelo", da Legião Urbana.<br /><br />Risadas fartas numa segunda-feira de manhã.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-85636278703384338872010-04-09T07:33:00.000-07:002010-06-07T07:07:42.529-07:00HelenaEla é tão <span style="font-style: italic;">déjà vu</span> que comprou num brechó as roupas que um dia lhe pertenceram.<br /><br />Agora que <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">Viver a Vida</span> tá terminando, descobri: a culpa não era de Regina Duarte. Vá ser chata assim na próxima novela de Manoel Carlos!Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-83503858668108612502010-03-25T07:25:00.007-07:002012-03-19T11:33:41.506-07:00Cartas pra ninguém - Parte Um"Pra ser sincero não espero que você me perdoe<br /> Por ter perdido a calma, por ter vendido a alma ao diabo..." (Humberto Gessinger)<br /><br />Rio, 05 de abril de 2020<br /><br />Cherry,<br /><br />Te escrevo estas breves linhas - e espero mesmo que sejam breves, já que o tempo se faz curto sempre que chego aqui nessa cidade tão cheia de delícias, mas sobretudo de obrigações - sentado na privada do banheiro recém reformado da casa do nosso querido amigo Artur (que você já deve ter visto, e adorado!). Não que o que a ser dito aqui venha a ser merda, por favor, mas puramente porque as tantas obrigações mencionadas há pouco não me permitem maiores horas vagas e o único momento, meu mesmo, meu de verdade é esse aqui, e, portanto, tento aproveitar o tempo como os japoneses vivem a vida, com objetividade e precisão.<br /><br /><br /><br />Enfim, o que me leva a te escrever é pra dizer que tudo tem andado bem na medida do possível, algumas pessoas ainda perguntam por você e outras, poucas, mostram que sentem saudades, que nunca mais te viram por aí, essas coisas... Por isso não continue desaparecida, dê um alô para os que nada têm a ver com os desencontros da vida e com os nossos próprios contratempos...<br /><br /><br /><br />O Rio Grande me parece menos frio que seus próprios habitantes, mas ainda assim tenho conseguido tomar chimarrão vez ou outra (querendo mesmo um bom chopp!!) com um ou dois conhecidos, amigos ainda não fiz.<br /><br /><br /><br />Desculpe o mau jeito, este momento meio escatológico, mas levei em conta que entre a gente essas bobagens físicas nunca nos disseram nada, então só resta me despedir frente ao sem mais no momento, e também lembrar que o meu coração ainda é seu e que você, essa mulher que um dia desnorteou os meus passos aparentemente tão cheios de si, continua a ser a dona do único caminho que me leva rumo ao sol.<br /><br />Um beijo provocador do seu eterno,<br /><br />MMUnknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-14124823057794759762009-12-26T05:24:00.000-08:002009-12-26T05:37:01.252-08:00Coisas que ouvimos por aí... - Parte TrêsDois sujeitos, certamente amigos de longa data, encontram-se por acaso sob o sol escaldante da Bahia, daqueles que esquenta até o juízo.<br />"Pôôôôô, todo de lupa nova! Tirando onda, hein?"<br />"E <em>num </em>é não, é? Dinheiro eu <em>num</em> tenho, mas <strong>ousadia e verme</strong> tenho de sobra!"Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-1045135359125527192009-09-03T10:30:00.001-07:002009-09-03T10:32:55.573-07:00Buenos Aires, capital do BrasilPrograma do Jô, dia 02/09, uma das entrevistadas foi a atriz e cantora inglesa Jane Birkin, famosa voz de “ Je t'aime Moi Non Plus".Jô: "É primeira vez que você vem ao Brasil?"Jane Birkin: "Não, já vim três ou quatro vezes, já participei dos festivais (de cinema) do Rio e de Buenos Aires..."Diante de um Jô ligeiramente estupefacto, silêncio da plateia.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-36552237248464890852009-08-06T08:36:00.000-07:002009-08-06T08:38:40.196-07:00Para o Brasil que eu quero descerMesmo em se tratando de um espaço leve, não posso deixar de registrar a minha indignação com o que está acontecendo no Senado, os mandos e desmandos dessa gente que nos governa. Me assusta o cinismo de Sarney, a omissão de Lula, os olhos de ira e sei lá mais do quê de Collor, a soberba de Renan...Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-36965368549163958902009-05-20T06:59:00.000-07:002009-12-26T05:34:40.304-08:00Coisas que ouvimos por aí... - Parte DoisHá muitos anos ouvi de Renata, uma grande amiga e autora do blog Retalhos, que alguém, referindo-se à boa saúde mental de sua avó, disse numa roda como se estivesse abafando: "mesmo com 89 anos, ela está <em><strong>nítida, nítida, nítida</strong></em>!"<br /><br />Outro grande amigo, o Igor, médico ginecologista, ao receitar um remédio a uma paciente, ouviu desta uma dúvida que a preocupava: "doutor, não tem problema misturar este remédio com um outro <em><strong>faixa preta</strong></em> que já tomo?"<br /><br />E essa aconteceu comigo e minha diarista, quando lhe contei um fato e pedi sigilo: "não se preocupe, eu sou uma pessoa muito <em><strong>descrita</strong></em>!"<br /><br />Que tal?Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-74912588956414303702009-02-26T09:06:00.000-08:002009-02-27T19:44:31.834-08:00Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come...No carnaval da Bahia, ou os compositores das músicas são completamente idiotas ou os foliões é que são totalmente imbecis!Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-54967992997286939512008-10-18T08:07:00.000-07:002009-02-26T12:17:17.427-08:00Odeon...<span style="font-style: italic;">quanto tempo passou, quanta coisa mudou, já ninguém chora mais por ninguém</span>...<br />(Ernersto Nazareth e Vinícius de Moraes)Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-57430173610355576252008-09-28T10:01:00.000-07:002009-12-26T05:35:12.344-08:00Coisas que ouvimos por aí... - Parte UmAqui na Bahia é mais do que comum gente que você nunca viu na vida te tratar com impressionante intimidade. Dia desses a tia-avó de uma amiga que sofre de hipotireodismo, ao entrar num ônibus, foi surpreendida com uma observação do, olhe pra isso, cobrador: "Minha tia, a senhora tem uns zoião da porra!" A senhorinha, cansada dos abusos desse tipo de gente ousada, reagiu: "Zoião tem a puta que te pariu!"Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-34819678580662959522008-09-27T08:45:00.000-07:002008-09-28T10:22:25.908-07:00Paulo Gracindo, o grande ator que deu vida ao Coronel Ramiro Bastos, em Gabriela, 1975.<a href="http://br.youtube.com/watch?v=hEPDtpBeBVw">http://br.youtube.com/watch?v=hEPDtpBeBVw</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-7403207257615756382008-09-27T08:22:00.000-07:002009-02-26T07:11:58.093-08:00Antes tarde do que nunca<span style="font-style: italic;">Em uma guerra não se matam milhares de pessoas. Mata-se alguém que adora espaguete, outro que é gay, outro que tem uma namorada. Uma acumulação de pequenas memórias. (</span>Cristian Boltanski).<br /><br />Essa e outras tantas frases impactantes, bem como belas e intrigantes imagens, estão no filme documentário de Marcelo Masagão, "Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos", de 1998, que eu, na minha santa ignorância, só vim conhecer agora, 12 anos depois...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-78124902684733597642007-11-09T10:07:00.000-08:002009-02-26T09:26:21.280-08:00Metamorfose Ambulante<span style="font-style: italic;">Eu quero viver</span><br /><span style="font-style: italic;">Nessa metamorfose ambulante</span><br /><span style="font-style: italic;">Do que ter aquela velha</span><br /><span style="font-style: italic;">Opinião formada sobre tudo</span><br /><span style="font-style: italic;">Do que ter aquela velha</span><br /><span style="font-style: italic;">Opinião formada sobre tudo...</span><br /><span style="font-style: italic;">Sobre o que é o amor</span><br /><span style="font-style: italic;">Sobre que eu</span><br /><span style="font-style: italic;">Nem sei quem sou</span><br /><br />RaulzitoUnknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-25837343615925737892007-10-29T11:49:00.000-07:002009-02-27T10:47:05.244-08:00E a Bahia mostrou a sua cara<div align="justify">Sábado assisti à comemoração dos sete anos do <em>Altas Horas</em>, gravado aqui em Salvador. Resolveu-se convidar alguns artistas locais para interpretar músicas de Tim Maia, o homenageado da festa. Até aí, tudo lindo: Serginho emocionado, feliz em estar festejando na Bahia, a Concha Acústica lotada, etc e tal. O que se viu, entretanto, foi um dos encontros musicais mais terríveis de toda a história do Axé e da TV. Particularmente, fiquei com vergonha de Pitty (ninguém nunca lhe disse que cantar com <em>piercing</em> na língua não dá certo?) e de Tatau, que parecia bem abatido com a saída do Ara Ketu (achismos à parte). Cláudia Leite, então, conseguiu se superar e não sei se por nervosismo ou simplesmente por não saber fazê-lo, simplesmente conseguiu destruir uma das músicas mais bonitas de Tim, <em>Você</em>. Emanuelle Araújo, mais atriz do que cantora, e ainda assim, ruim, também não rendeu com <em>Canário do Reino</em>. Ivete, a primeira a se apresentar, foi apenas correta - e sábia - ao cantar <em>Não Quero Dinheiro</em>, música mais do que batida e debatida por essas plagas carnavalescas. Outro sábio, ou sortudo, foi Durval Lélis que ficou com <em>Sossego</em> - mais fácil, impossível. Carlinhos Brown foi fiel na interpretação de <em>Azul da Cor do Mar.</em> Netinho, Alexandre Guedes (Motumbá) e Saulo Fernandes não me empolgaram, o que não é nenhuma novidade... Margareth Menezes, entre uma desafinada e outra, deu conta do recado. Daniela Mercury e Jauperi, os últimos da noite, interpretaram juntos, mostrando sintonia e afinação, uma das músicas mais chatas e cafonas da nossa música popular, <em>Como</em> <em>Um Dia de Domingo (</em>há quem aponte esta música como o início da derrocada de Gal Costa, nos anos 80, quando ela enveredou pela breguice musical). A cada entrada de um deles, toda a Concha ia ao delírio, claro, figuras populares e queridas pelos axezeiros de plantão. Agora, vejam só: Virgínia Rodrigues, descoberta por Caetano Veloso e tida pela crítica internacional como uma das maiores cantoras brasileiras, foi necessário Serginho Groisman pedir aplausos para ela. Não conhecia a música cantada por ela, mas foi de rara beleza. Aliás, se ali existiu arte e uma digna homenagem a Tim Maia, devemos isso à voz e à interpretação de Virgínia Rodrigues. Pena que o grande público presente à festa não tivesse a menor noção disso...</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-13400655787537663032007-09-17T13:04:00.000-07:002007-09-17T13:39:46.917-07:00Até quando não vamos dizer nada?<div align="justify">Escrito nos anos 60 pelo poeta fluminense Eduardo Alves da Costa, o poema <em>No Caminho, com Maiakóvski</em> era (quase) sempre creditado ao russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930). Em <em>Mulheres Apaixonadas</em>, Helena, vivida por Christiane Torloni, leu um trecho do poema, dando o crédito correto. Lembro que foi uma polêmica danada, resolvida alguns capítulos depois, em que a autoria de Costa foi reafirmada.<br /><br />Desde a quarta-feira passada, as palavras de Eduardo Alves da Costa têm ecoado na minha cabeça e só fica uma pergunta: até quando não vamos dizer nada?<br /><br /><br /><em>No caminho com Maiakóvski</em><br /><em></em><br /><em>Na primeira noite eles se aproximam<br />e colhem uma flor de nosso jardim;<br /><br />e não dizemos nada.<br /><br />Na segunda noite<br />já não se escondem,<br />pisam as flores,<br />matam o nosso cão;<br /><br />e não dizemos nada.<br /><br />Até que um dia<br />o mais frágil deles<br />entra sozinho em nossa casa,<br />rouba-nos a lua e,<br />conhecendo nosso medo,<br />arranca-nos a voz da garganta.<br /><br />E, porque não dissemos nada,<br />já não podemos dizer nada. </em><br /></div><p align="justify"><em></em></p><p align="justify"><em></p><div align="justify"><br /></em><br /><br /></div></em>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-67822572241444464342007-09-10T16:28:00.000-07:002007-09-13T08:25:29.792-07:00Com molho ou sem molho?<div align="justify">Quase um mês sem escrever nada. E nem foi por achar que não tinha o quê. Por umas três vezes, no mínimo, comecei a rascunhar algumas idéias, mas uma espécie de <em>nó </em>mental se apoderava de mim e aí não tinha jeito. Eu olhava pro computador, ele olhava pra mim e não saíamos disso.<br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify">O um, sobre o escândalo envolvendo a pirataria, termo popularmente usado para o roubo da propriedade intelectual alheia, em cima do filme <em>Tropa de Elite,</em> de José Padilha. O fato em si não causaria tanto alvoroço -já que se tornou uma prática comum, e nem por isso correta, a comercialização de CD e DVD ilegais em bancas por aí afora - se o filme, além de ainda nem ter estreado nos cinemas, não estivesse sendo visto <em>piratamente</em>, digamos assim, pelo próprio BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar). Uma denúncia anônima acabou com a farra e um processo foi aberto. Mas, diga aí, se até um presidente da República assiste a DVD pirata, como aconteceu com Lula, alegando que não sabia, claro!, e <em>2 Filhos de Francisco</em>, imagine o resto! Se bem que Lula... Deixa pra lá!</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br />Também pensei em postar algo sobre <em>Soppa de Letra</em>, monólogo de sucesso do grande ator Pedro Paulo Rangel, onde ele declama letras de consagradas músicas da MPB, que vi no Centro Cultural da Caixa, ali na Carlos Gomes. A direção é de Naum Alves de Souza, autor de <em>Aurora da Minha Vida</em>, sua peça de maior sucesso, que tive o prazer de estudar e encenar na UniverCidade, no Rio, quando fazia o curso de Formação de Atores. O roteiro é do próprio Pedro Paulo e de De Bonis, que me dirigiu em <em>Atlântida</em>. Detalhe: fui ver <em>Soppa</em> num domingo, a sessão era em plenas 4:30 da tarde e o teatro estava lotado! Como diria Caetano, <em>lindo</em>!</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br />Outra vontade foi falar sobre... <em>Paraíso Tropical.</em> Agora que a novela está chegando ao fim, que Alessandra Negrini provou pra todo o país que é uma excelente atriz - e ponto! - e que Gilberto Braga é um dos maiores noveleiros que temos, fica só uma perguntinha: quem matou Taís? Pra mim, parece bem provável que sejam Urbano, já que detinha os tão falados R$ 250.000,00 da finada em fundos de investimento, se é que fez isso mesmo, e Marion. A gordalha trambiqueira vai sofrer nestes últimos capítulos um infarto após uma tentativa de morte por envenenamento. Por quem? Por Urbano, mais uma vez, obviamente - típica queima de arquivo. Uma personagem como ela, completamente amoral e sem escrúpulos, merece ser punida, sim, e ser cúmplice de um homicídio vai ser a chave para a sua punição. No Brasil, salvo honrosas exceções, como o Marco Aurélio, de Reginaldo Faria, em <em>Vale Tudo</em>, que fugia do país nos dando uma banana muito da bem dada, e a Bia Falcão, da Fernandona, em <em>Belíssima</em>, pelo menos na ficção os calhordas são castigados - eu disse <em>na ficção</em>. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br />Então é isso, o post de hoje foi praticamente uma <em>salada </em>de assuntos, daí o título. Até a próxima, cambada!</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-52151305965380952692007-08-13T10:56:00.001-07:002007-08-16T11:30:42.815-07:00"É filme brasileiro, tá?"<img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5098325200601285490" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://bp3.blogger.com/_ceF3nqER_wU/RsDjwgNDA3I/AAAAAAAAABk/AxboF9aU5_0/s320/cartaz.jpg" border="0" /><br /><div align="justify">Essa eu li no Globo: uma mulher foi até um cinema, desses multiplex, e como os ingressos para o filme ao qual queria assistir já haviam se esgotado, resolveu ver <em>Saneamento Básico</em>, de Jorge Furtado, que era o único com horário minimamente próximo. Assim que pediu os ingressos, ouviu da bilheteira: <em>É filme brasileiro, tá?</em> Sem entender a frase, resolveu perguntar o porquê do alerta e então, segundo o jornal, a menina da bilheteria respondeu que essa era uma recomendação da direção do cinema.<br /><br />Bom, todo mundo sabe que multiplex não gosta muito dessa história de exibir filme brasileiro, é mais pela força da lei, mesmo. A verdade é que se não houvesse cota para o cinema nacional, dificilmente veríamos filmes brasileiros, independentemente de serem bons ou não, passando em alguma de suas salas.<br /><br />Ainda não vi <em>Saneamento Básico</em>, mas em se tratando de Jorge Furtado dá pra se fazer uma idéia da qualidade do seu quarto longa-metragem. Ele também é o responsável por outras coisas bacanas, como <em>O Homem Que Copiava, Houve uma Vez Dois Verões, Meu Tio Matou Um Cara </em>e o maravilhoso documentário <em>Ilha das Flores - </em>que assisti quando ainda estudava pro vestibular. </div><div align="justify"><br />E, sinceramente, pra terminar, algum de vocês estranhou tal atitude de uma <em>casa </em>que cobra vários reais por um saco de pipocas e um copo de refrigerante de máquina? Diga aí..</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-3831920516657699572007-08-08T14:45:00.000-07:002010-03-25T10:45:50.990-07:00E fui parar no cinema...<span style="font-family:verdana;">Quando era menino, ir ao cinema tinha pra mim gosto de festa, como, aliás, tem até hoje. Gosto de ver filme no cinema, de comprar pipoca e Coca-Cola, de entrar naquela sala escura e gelada e mergulhar em várias e diferentes sensações ao mesmo tempo. Só não imaginei que um dia também estivesse do lado de cá da telona, levando o fascínio da fantasia até outras pessoas. Pois é, depois de anos sem atuar, acabei aceitando o convite de Douglas Dwight pra dar corpo ao personagem Afonso, no curta <em>O Buquê</em>, um roteiro seu, adaptado do conto <em>Sinastria</em>, de Sônia Peçanha. </span><br /><div align="justify"><br /><span style="font-family:verdana;"><em>Sinastria </em>foi pinçado de <em>Traição e Outros Desejos,</em> onde Sônia reuniu dezesseis contos, que correm em alta velocidade narrativa, sobre nossas sutis traições cotidianas. Nele, a autora aborda a <em>traição </em>do "destino que te oferece pistas falsas de um futuro feliz, numa divertida guerra conjugal quando surge a suspeita do adultério". Sônia Peçanha é mestre em Literatura Brasileira e outros contos de sua autoria foram premiados em concursos literários do país, como o Prêmio Cora Coralina (Minc), em 1986; Prêmio da Universidade Federal de Alagoas, em 1985 e o Prêmio Clarice Lispector (Universidade Federal de Uberlândia), em 1984. </span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Douglas, por sua vez, é autor, juntamente com Fátima Valença, numa parceria vitoriosa, de vários sucessos musicais no teatro, como <em>Dolore</em>s, sobre a vida de Dolores Duran e estrelado por Soraya Ravenle e <em>Elis, Estrela do Brasil</em>, tendo à frente de um elenco gigantesco Inez Viana fazendo o papel de Elis Regina. No cinema, é co-roteirista do longa <em>Mulheres do Brasil</em>, com Camila Pitanga, Dira Paes, Beth Coelho e Luana Carvalho encabeçando o elenco. </span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Em <em>O Buquê</em>, Douglas segue a mesma linguagem rápida e pungente utilizada pela autora. A direção atenta e cuidadosa é de Marcelo Villanova e segue o mesmo tom. Marcelo é aquele tipo de cara novo e competente que só faz confirmar a tradição da Bahia nas artes. A cumplicidade da equipe certamente ficará visível no filme, toda ela com uma energia e vontade imensas de mostrar que é possível, sim, fazer um cinema de qualidade, mesmo sem muita grana - esta última a tônica dos dias atuais - e que nas palavras do próprio Marcelo <strong>"só me faz pensar que nada é mais importante do que fazer algo com e por amor".</strong></span><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><em>O Buquê </em>tem no elenco, além de mim, Arlete Heringer, Caco Monteiro, Paula Moreno e Elen Vila Nova e seu lançamento está previsto para agora, em setembro, no Rio e logo depois em Salvador.<br /><br /></span><br /></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"></span></div><p><br /></p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5099370708577831442" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://bp2.blogger.com/_ceF3nqER_wU/RsSapE7QShI/AAAAAAAAACE/CPKYkUoUz2k/s200/CAPA.jpg" border="0" /> <p></p><p>Traição e Outros Desejos</p><p>Objetiva, 147 páginas </p>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6573130878187833883.post-66799267520150135822007-08-06T20:00:00.000-07:002007-08-16T14:20:06.130-07:00A primeira vez<div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Já tem um tempo que queria publicar um blog, e vinha adiando a concretude dessa vontade. Acho que, em termos, pela vulgaridade que a coisa foi tomando. Todo mundo tem blog hoje em dia! Alguns, muito bons. Outros, apenas seguem a boiada. Mas a maioria, mesmo, a maioria esmagadora não diz pra que veio, fazendo jus àquela famosa máxima: <em>de longe, um presépio; de perto, uma presepada</em>. </div><div align="justify"><br />A razão do seu título não deixa de ser, em parte, a uma homenagem que faço ao personagem coronel Ramiro Bastos, de Gabriela, Cravo e Canela, um dos muitos imortalizados pelo nosso Jorge, o Amado de todos. Em parte, porque realmente levo no nome este apelido de família - ou sobrenome, como preferirem - e como aqui abordaremos a cultura em todas as suas formas, nada mais natural que remontar seu título a um personagem de uma obra literária de tão grande quilate, por sua vez transformada em novela, filme, peça teatral... Mais providencial que isso, não sei não...</div><div align="justify"><br />Sem a menor pretensão de querer ser o dono da verdade, tomara que Coronel Ramiro consiga, a partir de agora, dizer algo que leve a reflexões e debates sobre um assunto que todo mundo fala, mas que muito pouca gente consegue, de fato, compreender a extensão de sua importância no crescimento de um povo e de um país.</div><div align="justify"><br />A todos, boas vindas!</div><div align="justify"><br />Ao blog, merda! (no teatro, esta expressão antes de entrar em cena significa 'boa sorte').</div></span><div align="justify"></div><div align="justify"></div>Unknownnoreply@blogger.com1